Papo de consultório com Frederico Seidi Hori
Qual a sua formação? Onde se formou? Ano de formatura? Pós graduação?
Concluí minha graduação em 2001 pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Em 2007 terminei minha especialização em Dentística Restauradora no Hospital da Aeronáutica de São Paulo com o Prof. Titular Rubens Côrte Real de Carvalho. Obtive o título de mestre em Dentística Restauradora pela Faculdade de Odontologia da USP em 2007 e em 2012 concluí meu doutorado no mesmo departamento.
O que mais te fascina em Odontologia?
Na nossa profissão temos a capacidade de mudar a vida das pessoas, tanto no aspecto funcional como estético. Seja com procedimentos simples como um ajuste oclusal ou um clareamento dental ou com tratamentos longos e complexos como uma reabilitação oral, é fascinante como podemos melhorar muito a qualidade de vida das pessoas. Poder fazer um paciente voltar a mastigar ou parar de sentir dor, ou recuperar a auto-estima de uma pessoa melhorando seu sorriso, é sem dúvida a melhor motivação na nossa profissão.
Como surgiu a idéia da Hori Clínica? E a denominação de Dentista dos Modelos?
Meu pai formou-se pela FO-USP em 1963 e acabei acompanhando parte de sua carreira profissional. Apesar da grande admiração que tenho por ele, nunca quis ter a mesma trajetória profissional, trabalhando sozinho no consultório. A nossa profissão mudou muito nas últimas décadas e hoje profissionais que trabalham sozinhos em consultório tem que competir com grandes clínicas. Então, em 2008 reformei o consultório e montei mais uma sala de atendimento. Abri CNPJ e aumentei as opções de tratamento com ortodontia e cirurgia buco-maxilo-facial. Em 2012 ampliamos para quatro salas e esse ano contamos com mais duas unidades em Guarulhos e Tatuapé. Criei o Dentista de Modelos em 2009, por ser um nome fácil e estar relacionado ao fato de atender muitas modelos. Hoje ele é o nome do meu blog, onde costumo postar fotos de modelos e o dia-a-dia da clínica.
Conte um pouco de sua trajetória na Odontologia.
Quando entrei na faculdade já sabia que para se destacar na profissão é preciso fazer sempre algo mais. Entrei na iniciação científica e me interessei pela pesquisa. Fiquei decidido a fazer mestrado e doutorado, mas quando me formei tive que voltar à São Paulo para ajudar meu pai no consultório. Fiz alguns cursos de curta duração, mas somente após 3 anos trabalhando consegui ter dinheiro para começar a minha especialização. Quando estava terminando a especialização surgiu a oportunidade de entrar no mestrado. Mesmo com a agenda cada vez mais cheia de compromissos e pacientes, estava decidido e emendei o doutorado, que terminei ano passado. Durante todo esse tempo tive que conciliar o consultório com a parte acadêmica. Nunca deixei de investir tecnicamente e financeiramente na profissão.
O tratamento estético é unanimidade na Hori Clínica?
Não. Realizamos todos os tipos de tratamento. É claro que procedimentos estéticos como clareamento e facetas de porcelana são muito freqüentes aqui na clínica, mas o foco principal da clínica sempre foi a reabilitação oral.
Sabemos que existem diversos tipos de modelos, seja fotográfico, de passarela ou mesmo de televisão. O padrão de sorriso exigido é o mesmo para todos os parâmetros?
Na verdade eles denominam os modelos como comercial ou fashion. Os modelos comerciais são aqueles que vemos na maior parte das propagandas seja em foto ou vídeo. A maioria deles busca um sorriso perfeito, com um padrão muito elevado de estética. Frequentemente modifico sorrisos que são considerados perfeitos pela maioria das pessoas. Já os modelos fashion são aqueles que vemos mais nas passarelas e nos editoriais de revistas de moda. Esses modelos não necessariamente têm o sorriso bonito, até porque muitos nunca tiram foto sorrindo. Tenho muitos pacientes que têm diastema entre os incisivos e não pude corrigir, pois a agência não permitiu. A justificativa mais estranha e mais utilizada é de que o diastema está na moda!
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O grande número de faculdades e dentistas fez a concorrência aumentar muito em nossa profissão. Hoje, ter um ótimo currículo e trabalhar bem nem sempre é sinônimo de sucesso financeiro, infelizmente. O dentista de hoje tem que estar cada vez mais preparado, tanto na odontologia como em outras áreas como marketing e gestão. Por isso, estar atento ao mundo, compartilhar idéias e experiências com outros colegas de profissão e estar sempre atualizado com novas tecnologias é de extrema importância para se preparar para o futuro. Um futuro muito próximo que teremos que sobreviver com cada vez menos implantes, tratamentos endodônticos, reabilitações e restaurações, uma vez que devido à facilidade da informação e ao maior alcance da prevenção, as novas gerações vêm apresentando cada vez menos problemas bucais. Mas as peças-chave, os fatores principais para o sucesso, continuam sendo o nosso amor à profissão e não perder nunca a vontade de aprender e melhorar.
Frederico Seidi Hori
